A guarda correta de um espumante sempre foi uma dúvida para muitos apreciadores de vinho, mas ninguém nunca explicou como deve ser feita essa guarda, com a garrafa em pé ou deitada?

Deixar um espumante, ou frisante deitado numa adega é algo comum de se encontrar. Se for por um período curto não tem problema algum, mas se essa guarda for longa aí sim você terá problemas. Isso porque ao deixar um espumante deitado na adega o vinho fica em contato com a rolha deixando-a úmida e inchando a rolha. Nesse momento é que começam os seus problemas.

O primeiro será o gás CO₂ que está dissolvido no vinho que irá permear na porosidade natural da rolha e vazar fazendo com que seu espumante diminua a quantidade de espuma.

O segundo problema será a dificuldade em abrir o espumante, pois ao inchar muito a rolha vai ficar bem mais difícil abrir a garrafa. Isso é muito ruim no momento da abertura da garrafa. Já imaginou a cena? A dificuldade de abrir o espumante é até perigosa, pois a pressão interna na garrafa pode chegar a 8 Atmosferas ou quase quatro vezes a pressão de um pneu de um carro.

Outros fatores também são importantes na guarda como controle de luminosidade, umidade, vibração, mas não fique chateado se você não tem uma adega climatizada com todos esses controles e aqui vem a surpresa! Sabia que 90% dos vinhos produzidos no mundo são para consumo imediato ou em até 5 anos? Isso mesmo, apenas 10% são vinhos de guarda e que irão exigir uma adega climatizada. No caso dos espumantes, praticamente todos são para consumo rápido ou imediato e pouquíssimos espumantes são de guarda prolongada.

O local do armazenamento

Portanto, um armário escuro, um mini bar, ou prateleiras naquele canto do seu armário servirá sem grandes problemas para armazenar o seu vinho. Outro lugar bom para guardar o seu espumante é embaixo da escada que normalmente é um local sem muito uso e pouco utilizado na casa. Aqui móveis sob medida, ou um hack pode ser uma saída rápida para ser adaptado.

O inconveniente será a trepidação do sobe e desce da escada, mas é um local interessante. Certifique-se se não haverá incidência de sol ou umidade. Isso não será bom para o espumante ou vinho. Outro local interessante para armazenar seu espumante é na sala de jantar, quem não gosta de combinar vinho e comida? Na sala de jantar o espumante fica uma peça de decoração importante e pode ficar em pé decorando o ambiente. Tem garrafas muito lindas e podem ser colocadas nas prateleiras. Ficarão peças de decoração incríveis!

De qualquer forma, não se esqueça de alguns detalhes importantes: exposição ao sol, muita umidade, calor e vibração constante são inimigos dos espumantes e vinhos em geral. Guardar em pé é sempre a melhor opção seja em adegas ou fora delas. O que valerá aqui é o como armazenar e o como servir é outra história. Em breve falaremos sobre isso.

Fica aqui a dica, se for guardar o espumante pode deixá-lo em pé, será melhor para o espumante e para você. Saúde!

Fonte: Sommelier Vineshop

Parece que já faz parte do ritual de abertura de um vinho. Você saca a rolha, coloca na mesa e você mesmo ou alguém pega ela e cheira. Isso faz sentido ou não? Depende!

Se foi para detectar alguns defeitos do vinho, sim faz sentido. Agora se for para ter uma ideia de como será o vinho antes de degustá-lo, não faz sentido cheirar a rolha.⠀

O ato de degustar um vinho envolve várias etapas que você já deve ter ouvido falar em algum momento. São elas, a etapa visual, olfativa e por fim a gustativa. O ato de cheirar a rolha do vinho faz total sentido para os apreciadores de vinhos, mas para quem está desfrutando de um bom vinho é um ato natural. Por isso muitos acabam cheirando a rolha após a abertura de um vinho. 

Os defeitos do vinho

A rolha dá algumas pistas de como o vinho foi armazenado e se há alguma contaminação pela “Doença da Rolha” ou o TCA (Tri-cloroanizól) que é um subproduto de uma contaminação por um fungo que pode habitar a rolha e dará ao vinho um aroma de papelão molhado que pode estragar o vinho. Essa contaminação é muito discreta, mas dará ao vinho um sabor extremamente desagradável.

Porém, atualmente, muitas técnicas modernas de assepsia nos processos de produção das rolhas eliminou esse problema e a sua chance de encontrar um vinho contaminado com “Doença da Rolha” é muito baixa. Há também outros sistemas de vedação do vinho como a screw cap, que a tampa de rosca.

Esse tipo de vedação é muito popular em muitos países como na Austrália, Nova Zelândia, Africa do Sul e até na França. Nesse tipo de vedação você não encontrará nunca a “Doença da Rolha”.

Rolha e o armazenamento do vinho

A pista de como foi armazenado o vinho está na coloração da rolha naquela parte que ficou dentro da garrafa. Se ela estiver tingida significa que o vinho foi armazenado deitado e isso é importante para evitar a oxidação acelerada. Se foi um vinho branco, não estará tingida, mas úmida.

Aqui vai uma dica importante, pois essa coloração na base da rolha vai lhe informar sobre a forma de armazenagem.

Enfim, se você ou alguém pegar a rolha para cheirar não espere um cheiro diferente do “cheiro de rolha”. O TCA ( tri-cloroanizol) dificilmente será encontrado nos vinhos atuais, pois praticamente foi extinto com os processos de assepsia usados pelos fabricantes atuais.

Mas o ato de pegar a rolha, avaliar o seu estado e por fim guardar ela, é um cuidado que marcará a sua experiência com certeza. 

Fonte: Sommelier Vinhesop